terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Somente eu e mim mesma

Quando estou neste estado de espírito em que me encontro, a melhor ou pior coisa que eu faço é ir de encontro a Clarice Lispector. Posso melhorar ou piorar dependendo da circunstância. E ontem eu estava lendo alguns pensamentos dela, é incrível como uma pessoa pode dividir as mesmas idéias com tanta semelhança...é como se a última peça de um quebra cabeça daqueles de mil peças se encaixasse perfeitamente, está aí, pronto.
E ontem, uma passagem de um de seus pensamentos, me chamou atenção...

[...] A lucidez perigosa

Estou sentindo uma clareza tão grande que me anula como pessoa atual e comum: é uma lucidez vazia, como explicar? Assim como um cálculo matemático perfeito do qual, no entanto, não se precise.
Estou por assim dizer vendo claramente o vazio. E nem entendo aquilo que entendo: pois estou infinitamente maior que eu mesma, e não me alcanço. Além do que: que faço dessa lucidez? Sei também que esta minha lucidez pode-se tornar o inferno humano - já me aconteceu antes.[...]

Essa lucidez tem me anulado, de uma forma que tenho desejado ser um Zumbi (dialetourbano), pois assim não tenho que pensar, não tenho que rever em minha mente sempre o indesejado...Sinto que vivo puramente por estar respirando e por ter pessoas ao meu redor que dependem de mim.
Não serei ingrata ao bastante de não estar grata por apenas estar respirando, por ter uma família, e por ter um filho que amo mais que tudo no mundo, por ter um trabalho etc... Isso me soa de uma forma tão clichê...
Porém o que quero dizer é que me perdi, nessa vida ou em outra e por isso creio que tenho me achado, em pedaços vou construindo tudo...mas o que tenho para construir senão tentar pegar os pedaços de mim e e fazer um amontoado de vivências?
Nesse momento tem me incomodado o fato de ser feita de multipluralidades, não seria mais fácil ser um Zumbi e não ter que se preocupar com pequenos detalhes que geralmente não podem ser resolvidos?
Porém sei bem que para o Existencialismo, tudo na vida é uma escolha, é obvio que as nossas escolhas estejam revestidas de angústias, por isso ser multiplural ou ser um Zumbi dependeria exclusivamente de minhas escolhas...
Aí está a questão, não me sinto preparada para escolher...nunca estive.
Menos ainda agora. Que a minha vida escapou entre os meus dedos e ficou lá fora dando risadas das minhas responsabilidades e ações.
É aí que creio então que tenha me achado, estou em um momento de crise, dispersa, volátil...
[É difícil perder-se. É tão difícl que provavelmente arrumarei depressa um modo de me achar, mesmo que achar-me seja de novo a mentira de que vivo.]

[ Ao som de Alanis Morissette - Orchid e Jason Mraz - Lucky]

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Alguns dias atrás...

Então, na quarta-feira senti que o meu dia valeu a pena, conversas agradáveis, com pessoas agradáveis e com cervejas agradáveis...
Me alterei mais do que gostaria de ter feito, fiz uma coisa q n costumo fazer... beber demais em uma dia de semana, falar demais [será q eu falo demais??? o.O], rir demais e dar encima de alguém...
Sem comentários...
Mais foi mto bom, até por que diante de tantos obstáculos na minha vida e durante um bom tempo consegui algo q queria...consegui dar encima de alguém e consegui ficar com esse alguém...
Vi uma amiga maravilhosa e q tinha tanto tempo q não a via...
Foi um dia que me senti como antes...
No tempo em que eu costumava fazer essas coisas, sair, conversar, beber, me distrair...
Me senti por pouco tempo renovada, jovem, viva...
Gostaria de repetir mais vezes, porém receio que não tenha amigos para repetir a dose...sim tenho amigos, não sou nenhuma anti-social, mais creio que amizade ao nível de ligar e chamar p/ sair só a Alê e a Ana...
Eis o grande problema da extroversão, conhece-se muita gente, porém, superficialmente.
E hoje me encontro triste,
Triste pois alguns acontecimentos em minha família tem me deixado assim...
Querendo um colo...um colo de amigo...
Alguém se habilitaria ?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Mais um dia...

Eu ainda sinto que nada mudou...os meus dias andam cada vez mais parecidos e sem cor. E desejo, inocentemente que eles continuem cinza, hoje eu desejo que seja assim. Se for ver bem de perto, o cinza tem suas vantagens, e se bloquear ao ponto de não querer e não sentir é uma delas. Seria ingenuidade achar que o não sentir é uma vantagem ? É essa a pergunta que eu mais tenho feito a mim mesma. Na verdade, o não sentir é uma faca de dois gumes, por um lado se sofre pela carência, pela tristeza e pelo afastamento, e por outro seria um meio muito eficaz, porém doloroso de se proteger de novas decepções.
E assim se vão os meus dias, comprei um livro...tô morrendo de vontade de ler, vamos ver se vai dar tempo, ele se chama Aurora de Nietzsche, será que seria uma boa hora pra poder ler Nietzsche ? Eu creio que não. Não preciso refletir mais do que tenho feito. Eu acho que não.

Primeira Tentativa

~~.Pensei em muitas coisas para falar nesse primeiro post [espero ser um de muitos outros, será q esse eu consigo manter por um bom período ??]. Então vou começar por que diabos eu inventei de fazer um blog ? Bom, primeiramente me animei com o blog da minha irmã de alma e coração que achei adorávelmente organizado, mas não com aquele visual pesado, pelo contrário está bem alvo e límpido. Ela tem talento. E eu ainda não sei porque insisto em fazer coisas do tipo pois hoje eu realmente me sinto cansada do que me tornei. Na verdade, tenho a impressão de que eu sempre acreditei no fundo da alma, que o amor é inseparável da dor, e em todas as tentativas que eu tentei gostar de alguém eu tentei acreditar ao máximo que poderia dar certo se eu tentasse fazer dar certo. E uma das coisas que tenho certeza com tudo que passou na minha vida é que nada é do jeito que a gente quer que seja.Talvez você que está lendo possa pensar, nossa, é obvio que nada é do jeito que a gente quer, se fosse seria muito bom. O pensamento que estou tentando transmitir não é tão simplista, o que eu quero dizer é que sempre investimos nossa energia em algo acreditamos que aquilo possa ter sucesso, senão nem tentaríamos. Portanto, sempre tentei enganar uma intuição que dizia aqui dentro de que não iria dar certo. E me dei mal. Mas prometi a mim mesma que não iria falar de amor, até por que isso eu gostaria de deletar por um momento da cabeça, por mais que eu acredite que o que mais preciso ultimamente é me dedicar um pouco a emoções diferentes. Minha vida está incrivelmente caindo em uma rotina na qual estou fadada a tentar fazer os meus dias parecerem um pouco menos parecidos uns com os outros. Estou achando incrível a minha capacidade de não estar escrevendo dramaticamente. Eu costumava fazer isso quando ainda sentia algo. OOpps, seria uma frase dramática ? Quem dera fosse somente isso. Então acabo de me lembrar de um colega de serviço que pediu para que eu desse uma lida em seu blog, o que eu achei ??? Hum... só falarei com ele.
Talvez essa seja a ferramenta que eu estava precisando para tornar os meus dias um pouco menos parecidos. Será ?